Wheels

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Cidade/EstadoSanto André / SP
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Release

Por ter começado suas atividades em 2003, o The Wheels ainda não possui muita coisa para ser citada em seu release. Tivemos uma mudança na banda em 2004, com a entrada de Jow Melo para tocar baixo, e continuamos a divulgar o CD com nossa primeira gravação, um ensaio gravado com 5 músicas. Fizemos também algumas apresentações em São Paulo e perticipamos do programa de TV Wake up Rock and Roll. Em fevereiro de 2005 lançaremos material novo.

Abaixo decidi colocar uma resenha do nosso primeiro trabalho, que foi feita pelo Gustavo Bill e saiu o e-zine Cheirando Cola (www.cheirandocola.com):

"Dizem que não se deve julgar um livro pela capa, pessoalmente acredito que isso não possa ser aplicado a discos. Existem alguns álbuns que te instigam apenas pela capa, que te dão vontade de comprá-los apenas pela arte (já me segurei algumas vezes para não comprar a discografia do Stereo MCs), que independente da simplicidade que possuem você percebe que não é apenas mais um disco, uma capa e sim muito tempo gasto por alguém que realmente gosta do que faz e se preocupa com o que faz. Assim é o The Wheels.

Com um promo cd gravado ao vivo em um dia de estúdio, uma capa impressa em uma jato de tinta qualquer, letras anexadas e uma capinha de plástico comportando tudo o The Wheels é o retrato do independente brasileiro: boas bandas, sem espaço na mídia e sem um puto no bolso. Entretanto a bela menina estampada na capa do disco, no melhor estilo Smiths, te instiga quanto à banda e faz você colocar o cd para rodar no seu player e abrir um sorriso logo aos primeiros acordes.

Faça assim: imagine uma junção entre Guided by Voices, Pavement, Sebadoh e mais meia dúzia de bandas desse tal indie lo-fi e algumas guitar bands. Bem, se você colocar um pouquinho de sotaque você tem o The Wheels. O disco é um atentado ao indie pop nacional. Não tenta forçar a barra naquela mistura sem sal, sem graça e dura de engolir que todos vem apontando como o “novo som” do alternativo brasileiro. Ele se agarra as suas (boas) influências e faz os maiores pecados dos nossos tempos: Canta pop em inglês e sem nenhuma influencia daquele ralo/chato discurso mpbístico/jovem-guardiano.

On Your Hands e My Regret são a prova que Crooked Rain, Crooked Rain chegou a Santo André e que pelo menos estes quarto paulistas o ouviram até gastar. “I’m a little boy and I need to play with my toys / I need someone to take my hand / and show me there’s no monster under the bed” abre a música e encaminha lindamente para o refrão “You got me on your hand”, cantado baixinho com as guitarras contidas e um baixo reto. O clima é totalmente intimista, daqueles que devem ser reproduzidos no violão com todos sussurrando a letra para não estragar a magia. My Regret por sua vez é uma das coisas mais Pops que eu já ouvi este ano. O baixo bem marcado deixa a coisa bem dançante e a melodia de voz tem a cara do Malkmus com direito até a alguns “Wu-hu’s” no final. A letra é outra parte genial da música, simplicidade usada com maestria: “I know what you want but i’m not sure about me / And here comes the part when you cry and I regret / But not now, theres no stay / What’s done is done , and time must prove who’s wrong / A I know it’s probably me”.

Em Hello o ritmo sobe as guitarras pesam e a raiva aparece. “Hello, I won’t fake it. Can’t you see? We won’t make it (…) In Time I’ve learned that the lights can be turn off even when we are sure” anunciam a canção que lida com a raiva, a depressão e a frustração no melhor estilo Cheirando Cola: Com muito barulho. Já em So Sad o ritmo diminui e os melhores versos do disco começam a aparecer e apesar de extensos merecem ser reproduzidos aqui: “Anything you say, you know I’ll do it / Anything you wish, you know I’ll get to you / But I want more than you are giving me / Because I’m so lonely and I wanna be loved / Yeah I should be loved (…) But you only want me to teach you math / And I know I wouldn’t get more than that / Yeah you only want me to teach you math/ Its so sad”

Coins in the Wishing Well fecha o disco dando o destaque para o jogo de guitarras do grupo. Bons riffs mostram o potencial da música mas a voz, já cansada, acaba não encontrando o tom que a música pede. Mesmo assim o fechamento do disco é perfeito, redondo e mostra que o The Wheels é uma das coisas mais interessantes que São Paulo está produzindo. Pode acreditar.

É uma pena que o disco não tenha sido gravado de forma correta, com calma e dando destaques a todos os detalhes que as músicas pedem, entretanto é impossível negar que a gravação seja excelente para os padrões usados (tudo gravado ao vivo e na raça). Resta agora esperar ansioso o próximo passo da banda"

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