Esfinge
Composição: Zé Tedesco.Apostei contra minh’alma
uma corrida até o topo.
Mas por que subir de novo
se nada me faz falta?
Para vencer, perdi a calma
e no final cheguei num beco.
O meu caminho foi duro e seco
e as promessas foram todas falsas.
Pois bem no fim da longa estrada
só havia um beco sem saída.
Sem prêmios ou marcas de chegada,
o beco era a despedida
a esse viver sem pensar
e ao pensar sem viver.
Esse querer desbravar o mar
sem nem a si mesmo conhecer.
Essa pergunta que não quer calar
mas que eu não posso dizer.
Na parede desse muro alto
havia um sinal que dizia assim:
“Talvez tu nunca dês o salto
para saber o que vieste fazer aqui.”
Ali parei e enfim reconheci
quando aprendi a ver o outro lado.
Frente à charada e ao lado de mim,
minh’alma era o próprio enigma decifrado